O aumento dos investidores na Bolsa e a Educação
Financeira
No dia 10 de Junho de 2019 a Bolsa de
Valores do Brasil (B3) atingiu 1,1 milhão de pessoas cadastradas, um número que
vem crescendo nos últimos anos.
Fonte:B3
Porém, deve-se ressaltar que esse aumento
não parece decorrer do aumento da educação financeira. Observa-se muitas pessoas estão entrando na bolsa de valores com
promessas de dinheiro “fácil”, algo comum em um período de alto crescimento na
bolsa , sendo assim, considera-se que o mercado está com sinais de de bull market.
Fonte:Google
Além da promessa
de dinheiro “fácil”, outro assunto que tem ajudado o aumento de investidores na
Bolsa foi a redução da taxa Selic pelo Banco Central. Essa mudança fez com que o
rendimento da renda fixa esteja no patamar mais baixo da história. Sendo assim,
algumas pessoas acabaram migrando para a renda variável em busca de retornos
maiores que o atual nível da renda fixa.
A partir disso, muitas
pessoas que tinham a maior parte do seu capital em renda fixa passaram a
transferir seu dinheiro para a renda variável. Porém, muitas não estão preparadas
para lidar com com as oscilações que a renda variável possui.
Muitas vezes esses
investidores iniciantes passam por uma oscilação negativa e realizam esse
prejuízo, pois não estão acostumados a ver o dinheiro atual ser menor que o
dinheiro inicial. Assim, muitos deles saem da bolsa falando o tradicional
discurso de muitos “a bolsa é um cassino” ou então “a bolsa é muito arriscada”,
entre outros.
A partir disso,
ressalta-se a importância da educação financeira dos Brasileiros, que muitas
vezes entram em produtos financeiros que prometem altos retornos sem entender
como funcionam esses produtos, e também entender qual é o seu perfil para
investimentos, pois se o investidor é uma pessoal altamente conservadora em
seus investimentos e passa a investir a maior parte do seu capital na renda
variável, ele não está agindo de forma coerente com o seu perfil.
Além da falta de
conhecimento de como funciona as ações e o mercado financeiro, temos também o alto
nível de propaganda realizadas pelos influencers em todas as redes
sociais. Este excesso de informação pode fazer com que os investidores
iniciantes entrem em “efeitos manadas” ou até terceirizem sua tomada de
decisão, pois este investidor pode ver que determinadas pessoas fazem tal
investimento e ele tende a copiar essa pessoa esperando que terá o mesmo
retorno.
Assim, tenho
refletido sobre o apoio ou não da “ajuda” dos influencers para os
diversos investidores iniciantes que estão surgindo ultimamente. No meu ponto
de vista , antes de mais nada o investidor tem que entender qual é o seu
perfil, para assim entender se ele pode ou não entrar no mercado de ações,
depois disso, o investidor teria que entender qual será sua estratégia e a
partir disso passar a seguir e estudar pessoas que tenham uma estratégia
parecida com a dele, e em seguida começar a realizar análises de empresas que
se enquadrem na sua estratégia, se a sua análise coincidir com a de alguém, o
mesmo deve filtrar algumas informações pois o processo de análise e de valuation
das empresas existe muita subjetividade e cada medida dessa subjetividade muda
muito de pessoa para pessoa.
Assim, acredito
que o investidor iniciante pode sim seguir, ler e utilizar todo o material que
está disponível nas redes sociais, porém o mesmo antes disso tem que
identificar sua estratégia e seu perfil de risco para depois começar os estudos
sobre o mercado.
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