Godfrey et al.
(2010) abordam que a melhor maneira para estudar e avaliar as teorias contábeis
é classificando de acordo com a sua abordagem, formulações e pressupostos
utilizados para explicar e prever os acontecimentos. Assim, os autores separam
as teorias nas seguintes abordagens: pragmática,
sintática, semântica, normativo, positiva e abordagens naturalistas.
A primeira delas é
a abordagem pragmática onde utilizamos da abordagem indutiva para entender a
contabilidade, ou seja, se baseia na observação para assim observar procedimentos
e princípios da contabilidade. A abordagem sintática não possui nenhuma operação empírica, assim essa abordagem tem base nas entradas do
sistema.
Já abordagem normativa, surge durante os anos de 1950 a 1960, essa
abordagem traz que para uma teoria da contabilidade ser válida, deve ser mais
do que um instrumento de previsão, a teoria também deve manter como uma
descrição da realidade que justifica os fenômenos de contabilidade. Essa
abordagem tem inúmeras premissas como: a contabilidade deve ser um sistema de
medição, lucro e valor podem ser medidos com precisão, entre outros.
Em seguida temos a
abordagem positiva, onde o positivismo é uma abordagem onde concentrou-se em
realizar testes empíricos em algumas suposições feitas pelos teóricos normativos,
a partir disso a maior parte da teoria positiva está preocupada principalmente
com explicar as razões para a prática atual e prever o papel de contabilidade e
informações associadas nas decisões econômicas dos indivíduos, empresas e
outras partes que contribuem para o funcionamento do mercado e da economia.
Assim, a principal
diferença entre a abordagem positiva e a normativa é que as teorias normativas
são prescritivas, já as teorias positivas são descritivas e explicativas. Por
último temos a abordagem naturalista que pode ser comparado com a pesquisa
'científica' de contabilidade onde é mais propenso a agregação dos resultados
de testar uma série de hipóteses para formar teorias gerais de contabilidade.
Segundo Godfrey et al. (2010) a abordagem cientifica é apropriada quando o
comportamento do investido está prevista para ocorrer sistematicamente de
acordo com um modelo de eventos e comportamentos.
Riahi-belkaoui
(2000) traz outros dois tipos de abordagem, a abordagem comportamental e a de
eventos. Segundo Riahi-belkaoui (2000) a abordagem de eventos, sugere que o
objetivo da contabilidade é fornecer informações sobre os eventos econômicos
relevantes que podem ser úteis em uma variedade de modelos de decisão.
Riahi-belkaoui (2000) conceitua a abordagem comportamental como uma abordagem
que enfatiza a relevância para a tomada de decisões da informação a ser
comunicada e o comportamento individual e em grupo causado pela comunicação da
informação.
Godfrey et al
(2010) trazem que a pesquisa comportamental na contabilidade pode ser
conceituada como: O estudo do comportamento de contadores ou o comportamento de
não contadores e como eles são influenciados por funções e relatórios de contabilidade.
Existem diversas
razões para a pesquisa comportamental na contabilidade ser importante, Godfrey
et al (2010) cita que a pesquisa comportamental na contabilidade pode fornecer informações valiosas sobre as maneiras diferentes tipos de
tomadores de decisão produzir, processar e reagir a itens específicos de
contabilidade métodos de informação e comunicação, além de fornecer informações
úteis para os reguladores da contabilidade.
Após as abordagens
o estudo de Kuhn (1972) trouxe que conceito para a teoria da contabilidade é que
a teoria da contabilidade é um corpo de afirmações ou proposições ligadas por
regras de raciocínio inferencial que formam o quadro geral de referência para a
explicação desenvolvimento das práticas contábeis. Hendriksen (1982) corrobora
com o conceito trazendo dois princípios gerais para a teoria da contabilidade,
o primeiro princípio é que a teoria da contabilidade deve fornecer um quadro
geral de referência por meio da qual a prática de contabilidade pode ser
avaliada e a segunda é que a teoria da contabilidade deve orientar o desenvolvimento
de novas práticas e procedimentos.
Riahi-Belkaoui
(2000) aborda a abordagem preditiva que para a formulação de uma teoria de
contabilidade utiliza o critério de capacidade preditiva, em que a escolha
entre diferentes opções de contabilidade depende da capacidade de determinados
métodos para prever eventos que são de interesse para os usuários.
Dentre das
maneiras possíveis de fazer estudos com abordagem preditiva temos a análise de
dados em painel, para Godfrey et al. (2010) a análise de dados em painel é uma
abordagem metodológica estrutural pelo qual as dependências temporais
estatísticos em um conjunto de dados pode ser examinado. A partir dessa
abordagem podemos prever os lucros futuros das empresas, previsões de pagamento
de prêmios de seguradoras, previsões de reações do mercado, dentre outras
possibilidades.
Watts e Zimmermann
(1986) conceituam que as teorias normativas da contabilidade são quase
inteiramente dedicadas ao exame das questões de "o que deveria ser feito e
as teorias positivas da contabilidade tentam explicar por que a contabilidade é
o que é. Dentre as teorias positivas da contabilidade temos teoria contratual
da firma, a teoria da agência, teoria da sinalização e a teoria dos custos
políticos.
Godfrey et al.
(2010) trazem que a empresa é um nexo legal das relações contratuais dentre os
diversos agentes, assim os autores trazem que a empresa existe porque custa
menos para os agentes realizarem transações (ou contratos) por meio de uma
organização central do que para fazê-lo individualmente. Assim, a teoria contratual
da firma serve para mostrar que as empresas são criadas a fim de facilitar as
relações contratuais.
Porém, na teoria
da agência observamos que dentre de uma mesma empresa/firma, existem diversos
problemas de agência, esses problemas de agência são caracterizados por Jensen
e Meckling(1976) como um contrato onde uma ou mais pessoas emprega
outra(agente) para realizar atividades que necessite de algum poder ao agente, a
partir dessas relações surgem os custos de agências que segundo Jensen e
Meckling (1976) são a soma das despesas de monitoramento por parte do
principal, das despesas com a concessão de garantias contratuais por parte do
agente e do custo residual. Assim, a teoria da agência vai tratar
principalmente sobre os seus problemas de agência e seus custos de agência.
Para saber mais sobre a teoria da agência acesse o link: http://blogolharcontabil.blogspot.com/2018/04/teoria-da-agencia.html
A teoria da
sinalização traz que os gestores fornecem voluntariamente informações aos
investidores para auxiliar a sua tomada de decisão. A partir disso, Godfrey et
al. (2010) trazem que a consequência lógica da teoria da sinalização é que
existem incentivos para todos os gestores para sinalizar expectativas de lucros
futuros, porque, se os investidores acreditam que sinais vão aumentar os preços
das ações e os acionistas serão beneficiados, com o aumento dos preços.
A teoria dos
custos políticos traz que a contabilidade pode ser usada para reduzir os custos
políticos enfrentados pelas empresas, Godfrey et al (2010) trazem que altos
custos de informação surgem porque no ambiente político, a probabilidade de que
as ações de um indivíduo afetarão riqueza dessa pessoa é pequena.
REFERÊNCIAS:
RIAHI-BELKAOUI,
A. Accounting theory. 4th ed. London: Cengage Learning, 2000.
GODFREY,
J.; HODGSON, A.; TARCA, A.; HAMILTON, J.; HOLMES, S. Accounting theory. 7.ed
New York: Wiley, 2010.
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