segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Teoria das Escolhas Públicas e os Primeiros dias de Mandato do Presidente Bolsonaro

A Teoria das Escolhas Públicas é uma das teorias que a contabilidade faz uso para fundamentar aspectos teóricos em suas pesquisas, essa teoria segundo Pereira (1997) evidência que as decisões políticas e econômicas dos governos estão sujeitas a um conjunto de poderes repartidos por diferentes agentes com funções diferentes no sistema político.
Neste sentido, através da figura observamos que o governante, seja ele a nível municipal, estadual ou do país, sofre influência desses grupos e também de outros.


Em um período de inicio de governos, observamos que podem existir diversos casos onde determinado governante pode vir a recompensar antigos apoiadores com cargos políticos afim de recompensar o apoio realizado no passado.
Hill (1999) aponta três razões básicas que levam à conclusão que governos podem ser ineficientes.
A primeira delas é o efeito racional da ignorância, esse efeito vai mostrar que os eleitores terão pouco incentivo para buscar informações sobre os candidatos/governantes, essa situação pode acontecer devido a falta de mudanças nos candidatos, onde determinada família troca de cargos, dentre outros possíveis motivos.
A segunda razão é o efeito especial do interesse, esse efeito vai mostrar que o processo político é favorável a questões que concentram benefícios a determinados grupos, ou seja, em um processo de eleição que deveria ter como finalidade o bem comum, a eleição tem o foco em determinados grupos.
E a terceira razão é o efeito miopia, esse efeito mostra que os políticos tendem a apoiar ações que tenham resultado imediato e que os seus benefícios sejam facilmente reconhecido pela sociedade, inúmeros exemplos podem ser citados como reformas em parques, pavimentações em ruas, entre outros.
  




As figuras acima, mostram possíveis casos relacionados a teoria da escolhas públicas, onde o atual presidente Bolsonaro nomeou o dono da agência que foi vinculada a disparos na eleição para um cargo na sua equipe de transição e a promoção do filho do Vice Presidente Mourão no Banco do Brasil, porém existem outros, em diversos outros governos, nas três níveis de governo.
Assim, dentro do estudos das teorias da escolha pública, Cruz (2011) afirmou que os políticos não estão a considerar primeiramente as necessidades da população, mas sim a vontade deles mesmos, sendo o fator principal disso é que as decisões públicas são executadas pelos representantes da população e não pelo povo.
Por fim, temos que essas decisões de beneficiar determinados grupos podem trazer uma piora na qualidade da informação contábil, pois o gestor público pode vir a manipular a informação contábil para que a população não perceba que suas decisões estão voltadas a atender determinado ou alguns grupos de interesse e não a sociedade de forma geral.
E você leitor do olhar contábil conhece outros casos relacionados a essa teoria? Comente aqui.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Demonstrações Contábeis e o Fluxo de Caixa


O artigo de Martins (1999) tratou sobre as demonstrações contábeis e o fluxo de caixa. Martins (1999) evidência que o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, se elaborados a luz do custo histórico puro e na ausência de inflação, é a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do fluxo de caixa da empresa. Assim, a partir disso pode-se afirmar que o balanço tem uma ligação com o fluxo de caixa.
A demonstração do resultado é onde encontramos as receitas que foram recebidas ou serão recebidas e as despesas que foram ou serão pagas, logo, o lucro vai transitar pelo caixa em algum momento.
Martins (1999) afirma que existe há, sempre, uma diferença no tempo entre o momento em que se registra o lucro com a transação e o efetivo aparecimento, no caixa, do respectivo montante.
Quando tratamos de depreciação, sempre afirmamos que a depreciação não tem reflexo financeiro, porém Martins (1999) afirma que é absolutamente errônea a ideia de que a depreciação, a amortização ou a exaustão nada tenham a ver com reflexo financeiro. O autor complementa afirmando que existe, isso sim, uma relação direta com o caixa, só que normalmente a relação não é com o caixa do mesmo período.
Quanto as provisões, Martins (1999) afirma que todas as provisões têm a ver com o Fluxo de Caixa, e se as estimativas dessas perdas econômicas e financeiras não se confirmarem, revertemos as provisões, assim os contadores têm que estar sempre conscientes que as provisões têm tudo a ver com o Fluxo de Caixa. A mesma ideia serve para a equivalência patrimonial e o fluxo de caixa. Mesmo que haja uma diferença de tempo entre os fluxos, vai existir uma ligação entre a contabilidade (competência) e os Fluxos de Caixa da empresa.
Para os aspectos da inflação, Martins (1999) afirma que em ambiente de inflação, há que se trabalhar com moeda constante e o valor presente. Esses procedimentos fazem que exista uma melhora na qualidade da informação contábil e uma maior vinculação entre as demonstrações contábeis e o fluxo de caixa.
Quanto a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa, Martins (1999) afirma que a diferença reside nas mais corretas alocações, naquele, dos mesmos fluxos de entrada e saída destes. Assim, o autor complementa que para a análise da evolução do patrimônio e para o conhecimento da sua efetiva rentabilidade, a Demonstração do Resultado e o Balanço juntos respondem adequadamente e de forma muito mais eficiente, porém quanto a análise financeira de curtíssimo prazo o Fluxo de Caixa é mais útil.
Por fim, a capacidade preditiva da Demonstração do Resultado e a sua capacidade de verificação, em conjunto com a Balanço, da real evolução patrimonial é muito superior, a médio e longo prazo, à capacidade do Fluxo de Caixa.Porém o Fluxo de Caixa e muito mais sensível a políticas de mudança de prazo ou atrasos nos pagamentos ou recebimentos.



REFERÊNCIAS:
MARTINS, Eliseu. Contabilidade versus fluxo de caixa. Cadernos de Estudos da Fipecafi. São Paulo: n.20, p.1-10, jan-abr. 1999.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O tweet de US$ 40 milhões

Após causar uma turbulência no mercado financeiro norte-americano ao tweetar (tweet acima) que fecharia o capital da Tesla (TSLA34) quando o preço da ação atingisse US$ 420, Elon Musk, ao final de agosto, decidiu voltar atrás - ou seja, a Tesla continuaria listada - e de fato, continuou.

Entretanto, este incidente (o anúncio feito no tweet e sua respectiva "desistência") chamou a atenção da Securities and Exchange Commission (SEC). A razão é simples: enxergaram uma possível manipulação de mercado. No dia do anúncio feito por Musk (de que fecharia o capital quando as ações atingissem US$ 420), as ações subiram 6% (Musk até brincou com os 420...).


Assunto para outra postagem: Elon Musk e o baseado de maconha que custou US$ 3 bilhões de valor de mercado. 

Voltando ao assunto desse post. Bem, ao final de setembro, foi tomado um veredicto. Elon Musk terá que pagar US$ 20 milhões - a Tesla também terá de pagar o mesmo valor - totalizando US$ 40 milhões.

O porquê disto? Como havia dito anteriormente: manipulação de mercado. A SEC alega que Musk enganou os investidores com declarações enganosas sobre o possível fechamento de capital decorrente da compra da empresa por parte de um fundo de investimentos saudita. Declarações sem fundamentos, para ser mais preciso.


Chateado com a decisão da SEC, Elon Musk não parou por aí: