O artigo de Martins (1999) tratou sobre as demonstrações contábeis
e o fluxo de caixa. Martins (1999) evidência que o balanço patrimonial e a demonstração
do resultado, se elaborados a luz do custo histórico puro e na ausência de
inflação, é a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do fluxo de caixa
da empresa. Assim, a partir disso pode-se afirmar que o balanço tem uma ligação
com o fluxo de caixa.
A demonstração do resultado é onde encontramos as receitas que
foram recebidas ou serão recebidas e as despesas que foram ou serão pagas,
logo, o lucro vai transitar pelo caixa em algum momento.
Martins (1999) afirma que existe há, sempre, uma diferença no
tempo entre o momento em que se registra o lucro com a transação e o efetivo
aparecimento, no caixa, do respectivo montante.
Quando tratamos de depreciação, sempre
afirmamos que a depreciação não tem reflexo financeiro, porém Martins (1999)
afirma que é absolutamente errônea a ideia de que a depreciação, a amortização ou
a exaustão nada tenham a ver com reflexo financeiro. O autor complementa
afirmando que existe, isso sim, uma relação direta com o caixa, só que
normalmente a relação não é com o caixa do mesmo período.
Quanto as provisões, Martins (1999) afirma
que todas as provisões têm a ver com o Fluxo de Caixa, e se as estimativas dessas
perdas econômicas e financeiras não se confirmarem, revertemos as provisões,
assim os contadores têm que estar sempre conscientes que as provisões têm tudo
a ver com o Fluxo de Caixa. A mesma ideia serve para a equivalência patrimonial
e o fluxo de caixa. Mesmo que haja uma diferença de tempo entre os fluxos, vai
existir uma ligação entre a contabilidade (competência) e os Fluxos de Caixa da
empresa.
Para os aspectos da inflação, Martins
(1999) afirma que em ambiente de inflação, há que se trabalhar com moeda
constante e o valor presente. Esses procedimentos fazem que exista uma melhora
na qualidade da informação contábil e uma maior vinculação entre as
demonstrações contábeis e o fluxo de caixa.
Quanto a diferença entre o regime de
competência e o regime de caixa, Martins (1999) afirma que a diferença reside
nas mais corretas alocações, naquele, dos mesmos fluxos de entrada e saída
destes. Assim, o autor complementa que para a análise da evolução do patrimônio
e para o conhecimento da sua efetiva rentabilidade, a Demonstração do Resultado
e o Balanço juntos respondem adequadamente e de forma muito mais eficiente,
porém quanto a análise financeira de curtíssimo prazo o Fluxo de Caixa é mais
útil.
Por fim, a capacidade preditiva da Demonstração do Resultado e a sua capacidade de verificação, em conjunto com a Balanço, da real evolução patrimonial é muito superior, a médio e longo prazo, à capacidade do Fluxo de Caixa.Porém o Fluxo de Caixa e muito mais sensível a políticas de mudança de prazo ou atrasos nos pagamentos ou recebimentos.
REFERÊNCIAS:
MARTINS, Eliseu. Contabilidade versus fluxo de caixa. Cadernos de
Estudos da Fipecafi. São Paulo: n.20, p.1-10, jan-abr. 1999.
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