Trataremos nesta semana sobre a temática
de Gerenciamento de Resultados, assunto recorrente que vem sendo abordado pelos
periódicos. Falaremos sobre o artigo The real effects os Mandatory Quarterly
Reporting (Os efeitos reais do relatório trimestral obrigatório) publicado no
The Accounting Review em Setembro de 2017.
Antes de comentar sobre o artigo,
gostaríamos de elencar alguns conceitos importantes para aqueles que estão
conhecendo agora essa temática. A primeira pergunta é: O que é gerenciamento de
resultados?
Segundo Cupertino et al (2016, p. 233) o
gerenciamento de resultados corresponde “a decisão tomada por alguns gestores
ao empregar métodos contábeis ou atividades operacionais diretas para atingir
metas específicas relativas aos resultados apresentados nas demonstrações
financeiras”.
A literatura costuma dividir as formas de
gerenciamento de resultados em duas principais: baseada em Accruals (ABM)
relacionada as escolhas contábeis dentro das normas contábeis e em Atividades
Operacionais/Reais (RAM) que consiste no afastamento das operações normais da
empresa em detrimento do resultado.
O artigo escolhido para este post foca especificamente
no gerenciamento baseado nas atividades reais que tem por objetivo principal
verificar como um Relatório Trimestral Obrigatório denominado Interim Management
Statements (IMS) introduzido na União Europeia afeta as decisões das empresas
em relação ao Gerenciamento de Resultados das Atividades Reais.
A
problematização do trabalho é de que a divulgação de relatórios com maior
frequência potencializa gerenciamento de resultados das atividades reais
direcionados à metas de ganhos intermediários sugerindo uma visão de curto
prazo impulsionada pelo requisito de divulgação mais frequente.
Sustentam a hipótese de que os gerentes
que são obrigados a divulgar trimestralmente tomam decisões de negócios de
curto prazo, com fins de cumprimento de metas trimestrais de lucro podendo
afetar, inclusive, um melhor desempenho a longo prazo
Para comparar o Gerenciamento das atividades
reais (RAM) após as mudanças foram coletados, no período de 2005 a 2013, dados
das empresas da União Europeia que foram recentemente obrigadas a emitir os
IMSs (grupo de tratamento) em comparação com as empresas que anteriormente já
emitiam trimestralmente (grupo de controle) e para medir o RAM utilizou-se o
modelo de Zang (2012).
Os autores confirmaram a hipótese de que o
Gerenciamento das Atividades Reais (RAM) aumentou para aquelas empresas que não
apresentavam IMS´s e passaram a ter essa obrigação, em comparação com aquelas
que já emitiam relatórios trimestrais.
Os fatores incentivadores é o fato de as
empresas procurarem um maior direcionamento para metas de lucros trimestrais,
como consequência da maior pressão exercida pelo mercado de capitais e uma
maior impaciência do investidor, o que explica um maior influência no Gerenciamento
de Resultados.
Existem diversos estudos no Brasil
sobre essa temática, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte o Professor
Rodolfo (UFRN) publicou recentemente um artigo com temática semelhante
utilizando o modelo do Prof. Edilson Paulo (UFPB). Vale à pena a leitura desses
trabalhos.
Link
dos artigos:
http://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/3729/pdf
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