quinta-feira, 12 de abril de 2018

Gerenciamento de Resultados?


Trataremos nesta semana sobre a temática de Gerenciamento de Resultados, assunto recorrente que vem sendo abordado pelos periódicos. Falaremos sobre o artigo The real effects os Mandatory Quarterly Reporting (Os efeitos reais do relatório trimestral obrigatório) publicado no The Accounting Review em Setembro de 2017.
Antes de comentar sobre o artigo, gostaríamos de elencar alguns conceitos importantes para aqueles que estão conhecendo agora essa temática. A primeira pergunta é: O que é gerenciamento de resultados?
Segundo Cupertino et al (2016, p. 233) o gerenciamento de resultados corresponde “a decisão tomada por alguns gestores ao empregar métodos contábeis ou atividades operacionais diretas para atingir metas específicas relativas aos resultados apresentados nas demonstrações financeiras”.
A literatura costuma dividir as formas de gerenciamento de resultados em duas principais: baseada em Accruals (ABM) relacionada as escolhas contábeis dentro das normas contábeis e em Atividades Operacionais/Reais (RAM) que consiste no afastamento das operações normais da empresa em detrimento do resultado.
O artigo escolhido para este post foca especificamente no gerenciamento baseado nas atividades reais que tem por objetivo principal verificar como um Relatório Trimestral Obrigatório denominado Interim Management Statements (IMS) introduzido na União Europeia afeta as decisões das empresas em relação ao Gerenciamento de Resultados das Atividades Reais.
 A problematização do trabalho é de que a divulgação de relatórios com maior frequência potencializa gerenciamento de resultados das atividades reais direcionados à metas de ganhos intermediários sugerindo uma visão de curto prazo impulsionada pelo requisito de divulgação mais frequente.
Sustentam a hipótese de que os gerentes que são obrigados a divulgar trimestralmente tomam decisões de negócios de curto prazo, com fins de cumprimento de metas trimestrais de lucro podendo afetar, inclusive, um melhor desempenho a longo prazo
Para comparar o Gerenciamento das atividades reais (RAM) após as mudanças foram coletados, no período de 2005 a 2013, dados das empresas da União Europeia que foram recentemente obrigadas a emitir os IMSs (grupo de tratamento) em comparação com as empresas que anteriormente já emitiam trimestralmente (grupo de controle) e para medir o RAM utilizou-se o modelo de Zang (2012).
Os autores confirmaram a hipótese de que o Gerenciamento das Atividades Reais (RAM) aumentou para aquelas empresas que não apresentavam IMS´s e passaram a ter essa obrigação, em comparação com aquelas que já emitiam relatórios trimestrais.
Os fatores incentivadores é o fato de as empresas procurarem um maior direcionamento para metas de lucros trimestrais, como consequência da maior pressão exercida pelo mercado de capitais e uma maior impaciência do investidor, o que explica um maior influência no Gerenciamento de Resultados.
            Existem diversos estudos no Brasil sobre essa temática, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte o Professor Rodolfo (UFRN) publicou recentemente um artigo com temática semelhante utilizando o modelo do Prof. Edilson Paulo (UFPB). Vale à pena a leitura desses trabalhos.



Link dos artigos:


http://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/3729/pdf


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